no name ▲ 4 de junho de 2014




Eu estarei aqui quando tu me virares as costas, quando tu me virares o amor, quando tu fugires, quando tudo se desmoronar, quando as notícias na televisão me deixarem a par sobre alguém que se cortou por amar demais, quando a poesia for escondida debaixo dos rios, lá no fundo, onde nenhum humano chega. Quando tudo conspirar e a vida partir-se em duas, três, quatro, cinco. Eu estarei aqui quando todos te virarem as costas devido a opções que abraçaste e tomaste como certas para ti e até mesmo quando as tuas lágrimas forem um pedido de desculpa. Porque eu aprendi a gostar assim: sem receios, sem medos, sem esperar nada em troca. Eu estarei aqui quando a queda for como um precipício sem fim, quando a reprovação do mundo for maior que os teus braços e até mesmo maior que o teu sorriso. Eu estarei aqui enquanto chove, enquanto os vulcões entram em erupção e a terra for imersa na dor de ser sozinha, enquanto a tristeza for do tamanho do céu e todas as músicas melosas repetirem as infelizes histórias dos amores não correspondidos. Eu estarei aqui por ti, pelos teus olhos esverdeados e pela tua pele morena e cansada, pelas tuas palavras dissecadas e violentas. Eu estarei aqui quando o teu desespero for implícito e a tua voz embargada me disser sobre como é ser dura contigo mesma, como é engolir tudo e todos e morrer às vezes, umas dez vezes ao dia. Eu estarei aqui quando todos desprezarem a tua indiferença. Simplesmente não consigo pensar, é algo mais forte, é como uma doce melodia para os meus ouvidos, ou como se o meu coração parasse, o meu corpo não se movesse e os meus pensamentos congelassem. E nada muda. 
O relógio do meu telemóvel marca 00h00. Um novo dia começou. E eu contínuo a querer-te.

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