▲ 6 de junho de 2014




A mala estava feita e a alma desfeita, o cigarro apagado e a bebida esquecida na pequena mesa. O pouco brilho dos seus olhos iluminavam a escuridão e o vazio que ela presenciava agora. O cabelo pingava, sincronizado com as lágrimas sofridas. O queixo estremecia à velocidade de cada taquicardia sua, era veloz, mas inconsciente. Os pés gelados doíam-lhe em rumo ao destino sem fim, o mesmo se parecia com o coração, dócil, mas gelado. Não era por gosto nem por mania, a sua empatia com o vazio tivera uma razão. Uma razão que a marcara de fora para dentro. Sem companhia, apenas com a voz do seu subconsciente, trocara agora a paleta de cores que coloria a sua vida por uma viagem sem regresso. A mágoa preenchi-a e desfazia-lhe os sonhos e desejos que habitavam em si desde nova. Poderia ver-se no rasto de sorriso roubado que a beleza da vida fora outrora sentido por ela, mas roubada em toda a sua plenitude, sem remorsos, por alguém impiedoso. Acabara agora com a sua vida, pelo menos a sua razão. Apenas vivia, sem saber o porquê, mas vivia.
Afasto-me de tudo o que me atrasa, tudo que me engana, me segura e me retém. Aproximo-me de tudo que me completa, me faz feliz e que me quer bem. Aproveito tudo de bom que a vida tem. Dedico-me de verdade para agradar um outro alguém. Trago para perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só quero ver o lado bom que as pessoas tem. Relaxa, respira. Supera, suporta, entende: isenta de problemas eu não conheço ninguém. Vive, vive melhor, vive a sorrir até aos cem. Fica feliz, despreocupada. Fica bem com a vida.



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