24 ▲ 17 de março de 2013




A desvendar adentro que eu não conhecia e que também não me importavam até então, nada sabia de mim, nem mesmo tu. E, também porque estava imersa numa espécie de escolha. Tu foste a minha escolha, apesar da vida se embaralhar facilmente como cartas da noite passada, continuo serena e encaro o relógio. Quanto tempo falta? Quanto tempo falta para te ter? Pensar em ti faz-me lembrar o frio do inverno, as chuvas gélidas das madrugadas, as flores coloridas da primavera, os sorrisos inocentes das crianças, o sol brilhante do verão, o céu estrelado, o despencar mágico das folhas no outono, perfumes de cheiro doce, as respostas inconstantes do meu eu interior ao ouvir música, talvez a nossa. Pensar em ti, faz-me lembrar de qualquer coisa anormal, mesmo que seja simples, como o vapor que sai da boca nos dias mais gelados e o arco íris que vem com o sol depois de uma chuva. Encontrar o teu sorriso dentro do parque, dentro da cama, dentro da lama, dentro do carro. Dentro, talvez, de mim. Então eu peço-te que fiques. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro ou prescrito para nós. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso fazer-te feliz também. É um risco. Eu salto, se tu me deres a mão.

Daqui a 50 anos eu ainda vou saber o teu nome e vou-me lembrar de todas as vezes que me fizeste sorrir.

▲ back to the top | comment