▲ 21 de dezembro de 2012





Eu fui andando, andando, quase que olhei para trás e pedi que desconsiderasses aquilo tudo. Mas não dava para desmanchar aquele ponto final. Não se remove um adeus com um esquece tudo que eu disse. E foi com o meu coração disparado que apressei o passo e ganhei estrada. Rabisquei passos no rodapé da página e percorri o caminho em branco ao teu encontro. Sei que me vais direcionar um olhar surpreso e que eu vou fingir um certo espanto, como se te encontrasse por acaso. Contarei novidades fazendo de nós, dois desconhecidos. Mas não vou saber explicar a deselegância das minhas vontades, o desejo intruso que me assalta quando te vejo. Nem esse meu medo de chegar atrasada no teu afeto. Vou fingir um olhar imperturbável e palavras quase engasgadas num silêncio. E, para as tuas mãos argumentativas, a minha maior sinceridade. Não me incomodará nem mesmo esse tempo todo em que se ausentaram de mim e me deixaram no abismo. Caso me encontres, eu sou coberta de defeitos. Eu sou a pessoa mais estranha que conheço. E a mais amorosa também. Apesar de me posicionar arrogantemente quando me sinto invadida. Não me preocupo com o que pensam de mim, e na maioria das vezes, sou indiscreta e exageradamente espontânea. Eu sou bipolar. Por isso, cheguei e vou-me embora.


desabafo ao amor

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