69 ▲ 6 de dezembro de 2012




As cortinas dançavam a favor da brisa dócil, mas gelada. O cálice de vinho com a encarnada mancha de batom, permanecia largado em cima da pedra mármore do balcão da cozinha. Por cada curva e entre-curva,  as roupas eram vistas como se semeadas pela casa, enquanto que em cada inspiração se podia sentir o aroma de látex e álcool a pairar no ar. A música avassaladora suprimia os melódicos sons inconscientes vividos por elas. Os corpos suados e arrepiados, pela mistura do quente momento e pela brisa fria que as cruzava, encaixavam agora na perfeição. Nada as parava. O fluxo cardíaco aumentava e o amor trocado, por elas, era diretamente proporcional. A mesa antiga, rangia por cada dócil momento prazeroso, que lhes secava a boca e lhes fazia atingir o clímax. E, cada uma, corria e desvendava cada linha do corpo da outra, com fome e sede de desejo.




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