3# LETTER ▲ 24 de agosto de 2012




- Vês lá fora? Há duas núvens pequenas, lado a lado. Qual delas és tu? Qual delas sou eu? Imagino a minha vida daqui a uns anos e parece tudo tão nítido, tudo tão desejável e amoroso. Vou acordar bem cedo todos os dias de manhã e a meu lado vais estar lá tu. Conhecendo-te bem, e sabendo o quão és preguiçosa, sei que vais permanecer quieta a dormir, mesmo que eu não deixe de te olhar e admirar a tua beleza matinal.
Continuo a ter diálogos imaginários contigo. É uma maneira de te ter perto de mim. Talvez até me oiças, não sei. Gostava de poder pegar em todas as palavras do mundo e dizer-te, baixinho, ao ouvido, que gosto de ti, do teu olhar, do teu cabelo, do teu sorriso. Gostava de poder dizer-te uma palavra que ainda não foi escrita, nem dita, nem lida, assim como quem sente aquele primeiro arrepio no estomago. E, todos os dias, sem falhar um único, procuro-te no meio do mar, num mergulho, num respirar ofegante, no horizonte. - Já reparaste como é lindo quando o mar se junta com o céu? Quando não se percebe quando acaba um e começa outro? 

Metade de mim eu já descobri, és tu. A outra metade vamos descobri-la e vivê-la as duas.



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